sábado, 31 de julho de 2010



Ninguém me jogou uma pedra, ninguém cuspiu em mim e as ruas até que fluíram amigas para que a gente andasse de mãos dadas e cantasse músicas bregas, desviando de lixos. O ar e o silêncio me deram a preguiça necessária para eu deitar em outra cama e relaxar do meu amor enlouquecedor por você. A tão sonhada paz, que não sinto ao seu lado, chegou. E eu dormi finalmente sem precisar saber onde você estava e no que você estava pensando. Eu respirei apesar da minha rinite e eu não senti o vácuo assustador do meu espírito.

Tati Bernardi

Mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema?
Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei.

 
- Tati Bernardi

segunda-feira, 26 de julho de 2010


Continue a nadar.

domingo, 25 de julho de 2010



Ouça meu conselho, ouça meu pedido: respeite a você mesma mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você - pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse o único meio de viver. Eu tenho tanto medo que aconteça com você o que aconteceu comigo, pois nós somos parecidas. Juro por Deus que se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia - será punida e irá para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não será punida por essa mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que sua vida exige. Parece uma moral amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Espero em Deus que você acredite em mim. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber - pois somente saber de sua presença me transformaria e me daria vida e alegria.

Clarice Lispector.
(Obrigada a minha amiga Ana Carolina, por lembrar de mim ao ler esse texto)

sexta-feira, 23 de julho de 2010


Minha vida tem sido apimentada a cinquenta graus á sombra, e eu sinto que tô preparada pra ser essa nova pessoa. E a pergunta que eu mais faço é: PORQUE NÃO?

Divã, filme.

Se eu sinto culpa? Aaah sinto, uma culpa! Que culpa que eu sinto. De não sentir culpa alguma. Tô apenas me dando uma satisfação por anos de serviço prestado.

Divã, filme.

quarta-feira, 21 de julho de 2010


Poderíamos casar. Não chegaríamos sequer perto do exemplo de família perfeita. Teríamos um apartamento, quem sabe uma casa com jardim e um cão com pêlo brilhante. Improvável. Tomaríamos café as cinco da tarde. Você reclamaria o fato de eu ligar o chuveiro horas antes de ir para o banho. Eu, por você ter arranhado meu CD de jogo favorito. Eu não admitiria o quanto você fica bonito quando bravo e você não diria que lembra da cor do sapato que eu usei quando nos vimos pela primeira vez. Discordaríamos quanto a cor das cortinas. Não arrumaríamos a cama diariamente, beberíamos juntos em algum clube no final de semana. A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias. Adiaríamos o despertador umas trinta e duas vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira. Você me ensinaria alguma coisa sobre futebol, e eu te convenceria a assistir aquele filme no cinema. Sentaríamos na sala de pijama e pantufas, você iria direto para o caderno de esportes no jornal e eu comentaria alguma notícia qualquer. Você saberia o nome do meu perfume, eu saberia onde você largou a última edição da revista de música. Sairíamos pra jantar em algum dia de chuva e não nos importaríamos em chegarmos encharcados. Dormiríamos com o computador ligado. Nos beijaríamos no meio de alguma frase. Você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia. Saberíamos. Poderíamos casar...

Maiara Queiroz



Até que num belo momento, depois de muito cansaço, depois de muito doer, depois de muita neblina, depois de muita busca, sobretudo, a gente descobre, contente que nem criança diante de novidade, onde o amor estava o tempo todo. Onde estava a chave. Onde estava o alimento. Maravilhados, começamos a cuidar de nós mesmos. Começamos a dedicar carinho e delicadeza a nós mesmos, esses que pensávamos que podiam vir somente dos outros. Descobrimos que o interruptor que faz a vida acender esteve o tempo inteiro no nosso próprio coração.
Ana Jácomo


Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos. Nossa, pareço uma metralhadora disparando informações como se estivesse preenchendo um cadastro para arranjar marido. Ponha na conta da ansiedade.

Martha Medeiros

terça-feira, 20 de julho de 2010


"Chega de reticências. Ficar esperando. Sofrendo. Contando saudades. Se o amor não é possível, o melhor é colocar um fim. E ponto."

Fernanda Mello



O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.. Até que algo sensacional aconteceu.. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo???

Martha Medeiros

Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - vir acompanhado de um motivo.
Martha Medeiros

feliz dia do amigo a todos! 

segunda-feira, 19 de julho de 2010



Me deixa ser egoísta. Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. E eu quase acredito em você. Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado.
Fernanda Mello.
Segunda-feira: Criar a partir do feio
Enfeitar o feio
Até o feio seduzir o belo


Terça-feira: Evitar mentiras meigas
Enfrentar taras obscuras
Amar de pau duro

Quarta-feira: Magia acima de tudo
Drogas barbitúricos
I Ching
Seitas macabras
O irracional como aceitação do universo


Quinta-feira: Olhar o mundo
Com a coragem do cego
Ler da tua boca as palavras
Com a atenção do surdo
Falar com os olhos e as mãos
Como fazem os mudos

Sexta-feira: Assunto de família: Melhor fazer as malas
E procurar uma nova(Só as mães são felizes)


Sábado: Não adianta desperdiçar sofrimento
Por quem não merece
É como escrever poemas no papel higiênico
E limpar o cu
Com os sentimentos mais nobres

Domingo: Não pisar em falso
Nem nos formigueiros de domingo
Amar ensina a não ser só
Só fogos de São João no céu sem lua
Mas reparar e não pisar em falso
Nem nas moitas do metrô nos muros
E esquinas sacanas comendo a rua
Porque amar ensina a ser só
Lamente longe por favor
Chore sem fazer barulho.

 

Cazuza - Tópicos para uma semana utópica


Eu causo nas pessoas um tipo de enjôo com meu jeito, com minha carência,com minha ânsia por atenção. Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente,não sei o quanto isso é bom nos dias atuais.Talvez esse seja o meu pior defeito...
Cazuza

Você ri do medo que eu tenho de você me pedir em namoro, sofre em silêncio quando eu falo que tenho medo de enjoar de você e tenta entender o motivo de eu ter tantos medos escondidos por trás da minha mania de demonstrar segurança.


Verônica H.

...estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.
Clarice Lispector



Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Mário Quintana

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'.