domingo, 30 de maio de 2010

eu

Sou Deus segurando minhas mãos a todo instante.  Sou minha mãe,meu pai,minha avó e minha irmã.  Meu anjo, meu suporte, minha vida. Sou minhas amigas e amigos. Sou toda a galera. Sou Frejat. Sou Forfun, Armandinho e Kid Abelha. Sou Asa de águia e Chiclete com Banana.  Sou Anahí, Ivete Sangalo e Lady Gaga. Sou Legião e  Cazuza. Sou Tati Bernardi. Sou Fernanda Young. Sou Caio Fernando Abreu,   Clarice Lispector. Sou Martha Medeiros.Sou Cora Coralina. Sou cronicas e histórias. Sou sushi, chá gelado e gelatina de frutas.  Sou coca-cola zero, suco de frutas, sorvete, kiwi e morangos. Sou dietas loucas e controle de calorias. Sou churrasco, shopping center, sou o bar da rua da faculdade e Padoca do Anão. Rodeios e Micaretas. Sou São Paulo Futebol Clube. Sou Avenida Paulista e Interior de São Paulo. Sou o litoral brasileiro. O nordeste. Sou Brasil. Sou Carnaval, festa junina e natal. Sou livros.Dicionários.Sou fotos.Sou revistas femininas. Sou meu computador.Sou Internet. Sou msn. Sou Blog. Sou Ps.: Eu te amo. Sou  Blair Waldorf e Jenny Humphrey. Sou Gossip Girl, House, Arquivo Morto e Sobrenatural.  Sou Maysa Matarazzo e Marilyn Monroe.Sou  Angelina Jolie e Lindsay Lohan. Sou medo do fim do mundo e tempestades. Sou tombo fácil e desorganização. Sou meu quarto.Sou Engenharia civil, sou matemática. Sou detalhes. Sou carinho. Sou rosa pink.Sou cabelos e olhos. Sou meia-calça.Sou salto alto. Sou Havaianas.Sou rasterinha.Sou moda. Sou vestidos e saias, jeans e regatas. Acessórios e complementos. Sou ventilador. Sou táxi. Sou à pé.Sou cama e travesseiro. Sou preguiça.Sou horóscopo.Sou posição vertical. Não sou madrugar. Sou banho quente. Hidratante. Sou maquiagem. Sou areia, sol e ondas. Sou barulho e extremidade. Sou transito e correria. Sou pontualidade. Sou mãos dadas. Sou compaixão e coração maria-mole. Sou possessividade e ciumes. Sou falta de paciência. Sou paranóia e orgulho.  Sou fé, teimosia e consideração. Apego e desapego.  Sou auto-critica. Irritação e distração. Sou excesso de palavras. Sou grito. Amor e desamor. Sou crise de 5 minutos e escrúpulos. Sou lágrimas, muitas lágrimas. Riso, muito riso.  Sou inconstância, e muito desassossego. Sou amizade e lealdade. Complicação e erros. Sou medo e vontade. Sou defenestração e momentos de precipitação. Sou saudades e lembranças. Sou mais cama que mesa, mais noite que dia,as vezes mais dia que noite, mais doce que salgado, mais silêncio que música, mais pão integral  que hamburguer, mais lanche que janta, mais tequila que cerveja.  Sou esmalte escuro. Sou cara lavada.Sou mais do que tudo isso.  Sou Babi. Sou Gêmeos. Sou eu.

sexta-feira, 28 de maio de 2010



Houve um momento em que o aperto foi tão extremo e aflitivo que eu imaginei não conseguir suportar. Eu nem sabia que,  exatamente naquele ponto, a natureza tecia asas para mim, em silêncio, mas foi lá que senti que eu era feita também para voar. O aperto, entendi somente depois, era uma espécie de morte, um prenúncio da transformação, uma ponte que me levaria a outro modo de ser.
Ana Jácomo

Eu poderia optar pelo caminho mais fácil, matar a menina infame. Mas prefiro o pior: a vida. Vocês que me lêem, levem um soco no estômago pra ver se é bom. A vida é um soco no estômago.
Clarice Lispector

quarta-feira, 26 de maio de 2010




Se você olhar para o céu agora, irá ver o mesmo céu de quando nos conhecemos. Lembro que queríamos uma noite rodeada de brilho, estrelas, mas apareceram algumas e tampadas por aquela neblina. Brinquei que poderia chover e acabar com meu penteado e você disse que nunca deixaria isso acontecer, comentei do meu poder sobre a chuva e então ficamos a esperando. Não choveu. Nossa amiga em comum comentou comigo no dia seguinte que não parecíamos ter nos conhecido naquela festa, nossa pose insinuava um casal de namorados. Nunca entendi porque nossa relação sempre pareceu ser bem mais do que foi, uma semana parecia um mês, eu tinha a sensação que te conhecia a séculos. Sempre fomos algo desconhecido, sem nome. Em uma das nossa últimas conversas você comentou que éramos um tipo de amor, mas qual? Nunca soubemos. 

você que me diz o certo e o errado sem medo de me ferir e sei que quer o meu bem. já é minha irmã e aconteça o que acontecer eu sei você estará ao meu lado, só quero que saiba que distância nenhuma vai separar a gente porque irmandade supera qualquer coisa. eu amo você, e lembre-se que nunca estara sozinha, sempre terá a mim.
Não sei se era você, veja bem, te vejo a todos os instantes saindo e entrando de todo e qualquer lugar e nunca, nunca, é você. Às vezes são até mesmo umas pessoas bem feias e diferentes e impossíveis de te lembrar. Mas tudo lembra e assim sigo te vendo por toda parte em todos os instantes.  
Tati Bernardi


Jogue suas mãos para o céu, e agradeça se acaso tiver, alguém que você gostaria que estivesse sempre com você.
Frankstein não queria machucar ninguém, mas nao conseguia evitar - era um monstro. De certa maneira, era o próprio amor: horrível e maravilhoso, apavorante e libertador, arrepiante e triste, tudo ao mesmo tempo.
Gossip Girl - Eu quero tudo!

terça-feira, 25 de maio de 2010




Caramba, pense bem. É bem louco, não é? E pronto. Eu começava a tremer e queria vomitar e tinha certeza que não saberia viver. Eu nunca saberia viver. Nunca. Crianças só precisam pedir pros pais, não é? Como se vive, mãe? Tá, agora já posso ir brincar? Mas eu não, eu realmente pensava 24 horas por dia nisso. Em não saber viver. Se criança eu não conseguia, imagine adulta. Adulto ainda precisa cuidar dos outros. Mas como? Eu nunca vou conseguir. Mas passava, tinha prova, tinha menino bonito, tinha cansaço, tinha filme. E isso era viver e saber, mas eu não me dava conta. Nem hoje, se bobear. Dali a pouco, voltava. Eu passei mais de 60% dos segundos da minha vida assustada. Muito assustada. Mas rindo, mas fazendo todo mundo rir. E por dentro, um poodlezinho com medo da tosa. Fofo e fresco. E afiando dentes na madrugada caso me tirassem os pêlos bem no inverno. 

Tati Bernardi
(foi feito pra mim. sou eu a cada linha, a cada letrinha.)

Sei das besteiras que faço, das besteiras que falo, de onde vêm os hematomas. Dos medos e dos fracassos. Sei o que penso na insônia, quando dou uma esmola, quando digo minha glória e penso nos vestidos. Sei das noites bebidas nos copos sujos e sujos, conheço cada pedaço da rua, conheço um pouco de tudo e sei que digo mentira quando digo “Sei de tudo”. Falo demais sobre mim e quando vejo já disse algumas verdades...
Fernanda Young

segunda-feira, 24 de maio de 2010

“Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também.”
 Caio Fernando Abreu.

domingo, 23 de maio de 2010

Ana Jacomo + Selinhos




"Não importa o quanto às vezes seja difícil, o quanto às vezes eu me atrapalhe, o quanto às vezes eu seja a densa nuvem que esconde o meu próprio sol, quantas vezes seja preciso recomeçar : Combinei comigo não desistir de mim." 
ANA JACOMO


Ganhei Selinhos *-* , da linda da Milena Buarque, do blog É como o vento...  e da

Regras:
1) Exibir o selo e as regrinhas.
2) Postar o link de quem te enviou.
3) Indicar blogs.
4) Responder se usa produtos Natura e citar seus preferidos (é a regra de quem criou o selinho).

eu indico:

e sim, eu uso produtos da Natura. Gosto mto da linha de maquiagem e do protetor solar. :]

-


Indico:


obg meninas! :]

sexta-feira, 21 de maio de 2010

culpa

A porta do meu quarto se abriu e ela entrou com todo o seu potencial de me fazer explodir em lágrimas. A minha feia culpa. A minha amiga culpa. Se sentou ao meu lado já se sentindo em casa, e me abraçou com pose de que quer mesmo me consolar, a mentirosa.
Um abraço tão frio, tão estupido, tão quadrado, sem carinho. Mas é o único abraço da noite. Ela me olha, eu sei que esta satisfeita por dentro, pq é a unica que me ve tao vulneravel, toda quebrada ali, sem nenhum lugar pra se esconder. Só ela escuta o choro seco da alma tão sufocado e dolorido. Porque sim, dói muito. Dói tanto que eu fico sem saber exatamente a quem gritar pra pedir socorro.
Minha culpa me afaga e por um momento eu acredito que ela realmente quer me ajudar. Mas é bem neste momento que ela começa a corroer, se mistura a mim, já não me abraçando mas nos transformando em uma só. Eu e minha culpa. Ela sou eu e eu sou culpa. E é ai que a dor aumenta, o medo chega ao auge e eu preciso muito me destruir um pouco. Não para acabar cmg, mas numa tentativa louca de matar minha vilã e todos os seus fantasmas.
Choro muito, porque todas as visitas da culpa são noites terriveis.
Vomito muito, porque preciso expulsa-la de uma maneira ou outra.
E por fim consigo dormir, toda encolhida tentando fazer a dor passar.
No outro dia, me olho no espelho e além do rimel borrado,  consigo ver claramente que ela continua bem ali, me olhando e pronta para atacar novamente. A minha feia culpa. Minha e só minha.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Não agüento mais os mesmos papos, os mesmos cheiros, as mesmas gírias, os mesmos erros, a volta por cima, o salto alto, o queixo empinado, o peito projetado pra frente. Não agüento mais fingir com toda a força do mundo que tudo bem (...)

Tati Bernardi
(isso foi escrito pra mim, só pode!) 


Eu não sei citar motivos, mas alguma coisa me falta. Estou ao mesmo tempo feliz e deprimida, tenho companhia e nunca fui tão sozinha, tenho sucesso e nunca me senti tão fracassada.


Verônica H.
Uma garota sábia beija mas não ama, escuta mas não acredita e parte antes de ser abandonada. 
Marilyn Monroe

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eu cansei de não me satisfazer comigo, não me guardar pra mim. De estar sempre escorrendo, vazando pelas beiradas. De precisar de opinião alheia por ser tudo ao mesmo tempo e esperar reconhecimento por isso. É tanta coisa aqui dentro, tanta coisa que eu tento melhorar e aprender todos os dias, que eu conto toda minha vida pra quem eu acabo de conhecer e fico chateada quando não me dão o valor que eu penso merecer.

Verônica H.

Fernanda Mello + selinhos


Vamos jogar aberto. A culpa é minha. Eu dei meu coração. Eu criei expectativas. Então, com sua licença. A culpa é minha. Minha culpa. Minha feia culpa que é minha e de mais ninguém. Minha culpa de sete pontas. Minha culpa que me faz olhar a vida e me sentir personagem principal de uma página triste. E não é só triste. É uma culpa boa. Porque também me faz exercitar um sentimento maior (e mais brilhante que o mundo): o perdão. Se eu pudesse escolher um verbo hoje, eu escolheria perdoar. Assim, conjugado na primeira pessoa, com objeto direto e ponto final: eu me perdôo. Não, eu não te perdôo porque não tenho porque te perdoar. Tenho que perdoar a mim. A mim, que me ferrei. Me iludi. Me fudi. Me refiz. Me encantei. A culpa é minha. Minhas e das minhas expectativas. Minha e das minhas lamentáveis escolhas. Minha e do meu coração lerdo. Minha e da minha imaginação pra lá de maluca. Então, com sua licença, deixe eu e minha culpa em paz. Eu e meu delicioso perdão por mim mesma. Eu só te peço uma coisa. Pare de culpar a vida. Pare de ter pena de você. Se assuma. Se aceite. Se culpe. Se estrepe. Se mate. Mas se perdoe. Pelo amor de Deus, se perdoe.


 Fernanda Mello



Nota:
Fui presenteada com selinhos da


sexta-feira, 14 de maio de 2010

diferente



Mas e se tudo fosse diferente? E se você aceitasse as coisas (ou pelo menos a sua vida) como realmente são e parasse de tentar mudar o mundo?
Talvez você consiga...
Talvez viva mais leve...
Talvez consiga deixar de esperar pelo grande milagre.
Daria passos firmes, independente. E saberia por fim, que enxerga tudo errado, e quando digo tudo, tbm me refiro a si própria.
Você deveria saber que as coisas não são tão difíceis assim. Sempre existe a escolha entre o amargo ou o doce, o certo ou o errado, o fim e o começo.
Mas para isso você precisa parar de esperar.
Parar de se julgar.
Aceite. Aceite-se.
Sabe que não é uma pessoa ruim e todos os seus erros, são tentativas loucas de fazer certo.
Você é melhor que tudo isso, e essa coisa não define você. é você quem a define, a rotula como sua.
Jogue para fora a grande tristeza. Ela é tão inútil que você mesma admite não ter motivos para leva-la consigo. Aproveite que está limpando tudo, e se descarte tbm desta culpa, porque ela não é sua.
Vamos, fique de pé. Pare com isso de fazer maldades consigo mesma. Pare de querer tanto ter ser outra pessoa.
Não é tão difícil assim, e você não está sozinha por mais que pense o contrario.
O teu coração te basta.
Para...
Não precisa mais se machucar. Você já nem aguenta mais, mesmo.
Isso não vai te levar a nada.
Essa busca incessante por algo inatingível precisa acabar.
Você luta todos os dias por algo que nunca vem.
Se anula, vive esperando, não aguenta mais o gosto de frustração que já impregnou na tua boca.
Acabe com a tempestade. Sabia que vc possui esse poder?!  Use-o.
Faça seus curativos na alma.
As dores passam.
Respire junto com o vento.
Um novo dia esta a caminho.
Uma nova vida bate a porta, você só precisa abrir.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

o fim, por uma garota resolvida.

- Por favor, pode ir embora agora? To meia ocupada...
Estávamos parados no meio do pátio da faculdade, ele agarrando meu braço, os seguranças nos encarando prontos para pular no pescoço dele ao meu sinal, e eu com o coração na boca mais uma vez.
- Eu não teria vindo até a porta da sua faculdade se você tivesse atendido aos meus telefonemas, respondido meus e-mails e me desbloqueado do msn.
O fitei incrédula. Duas vozes gritavam na minha cabeça: a razão e a emoção.  A emoção gritava: Hei, ele veio, ele te procurou, talvez as coisas possam se resolver... deixa esse orgulho de lado, reparou que ele tá usando o moleton que você adora? Já a razão berrava: PQP, larga de ser burra. manda ele embora, resgata o pouco de dignidade que ainda lhe resta, sobe pra tua sala e vai estudar todas aquelas teorias de física que vc tanto abomina mas precisa aprender.
A bendita da razão falou bem mais alto. Tentei manter meu rosto calmo, e respondi que a voz mais fria que consegui.
- Eu só estava um tanto ocupada. Do mesmo jeito que estou agora. Olha, me desculpa, ta legal?! Mas por favor, preciso ir agora.
- Me responde, o que esta havendo? Não vou te soltar até ter uma resposta sincera afinal, mereço isso. Tivemos uma história!!!
- Não houve nada além do que você já sabe. Tem noção que as coisas não vão voltar a ser como antes, porque agora vc já tem o seu caminho e eu o meu. Ta insistindo porque?
- Eu não sei. Ando sentindo uma coisa estranha... você ta em cada lugar que eu olho... nunca senti isso antes sabe?! Preciso da sua ajuda.
O cara perdeu a razão. Se eu não estivesse atuando na peça: garota-muito-bem-resolvida-obrigada ,o teria abraçado ali mesmo. Achei melhor assumir o ar de "tanto faz, tanto fez" que eu vinha praticando na frente do espelho há dias.
- Deveria ter aparecido a algumas semanas, porque eu também senti isso. Então, deixe-me dizer como a coisa vai ser daqui pra frente: você vai chorar, sentir uma saudade que não cabe no peito, se culpar, se perguntar porque, perder o apetite, a vontade de sair com os amigos, se isolar, ME odiar, ME culpar, chorar de novo, vai pensar que nunca será capaz de sentir isso novamente, vai sentir inúmeras coisas desagradáveis, mas querido PASSA.  Da mesma forma  que passou pra mim, vai passar pra você. Com um pouco de sorte, você e eu vamos nos transformar em dois estranhos , e a nossa história vai ficar em preto e branco na página anterior. Não se sinta mal, nem me julgue. Eu não sou culpada, se nem você é, porque vou ser?! Anda, acredita em mim!  Ficou claro? Agora,  tenho uma aula de física pela frente. Fique bem! Mas não me ligue...
Virei as costas e sai, fazendo questão de pisar bem firme meus saltos no chão. Cada passo, um passo. Sem nem um pingo de vontade de olhar para trás.
Garota muito bem resolvida passando, com licença.


segunda-feira, 10 de maio de 2010


Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós. A gente foi ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Mas a gente correu pra fazer piadinha sexual disso, como sempre. Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E você olhou do elevador e me perguntou: não to esquecendo nada? E eu quis gritar: tá, tá esquecendo de mim. E você depois perguntou: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu. Eu sempre fui sua. Eu já era sua antes mesmo de saber que você um dia não ia me querer. Mas a gente combinou que não era amor. Você abriu minha água com gás predileta e meu sabonete de manteiga de cacau. E fuçou todas as minhas gavetas enquanto eu tomava banho. E cheirou meu travesseiro pra saber se ainda tinha seu cheiro. Ou pra tentar lembrar meu cheiro e ver se ele ainda te deixa sem vontade de ir embora. Mas ainda assim, não somos íntimos. Nada disso. Só estamos aqui, reunidos nesse momento, porque temos duas coisas muito simples em comum: nada melhor pra fazer. Só isso. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim e diz que vai refazer o contrato. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno só porque o seu chapéu é muito legal. Não deixa eu assim, deslizando pelas paredes do chuveiro de tanto rir porque seu cabelo fica ridículo molhado. Não faz a piada do vampiro só porque você achou que eu estava em dias estranhos. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. 


Tati Bernardi
Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. E não aguento mais os copos, as fumaças, os amigos, as intenções e as bolinhas de guardanapo pela metade. É tudo pela metade. Ao menos a minha fantasia é por inteiro. Enquanto dura.

Tati Bernardi

E eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você, não gosto de você, não gosto de você. Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora. E eu simplesmente não aguento mais ninguém indo embora. 
Tati Bernardi

domingo, 9 de maio de 2010

E voei, voei. Eu e minha loucura e minha vontade de vomitar tanto até secar por dentro. Eu e o meu medo de me magoar de novo com todo mundo e precisar de novo odiar tanto e me proteger tanto que fico demasiadamente má e me sinto má e começo a fazer maldades comigo. [...] E então, tudo continuava ali, prestes a dar muito errado, a falir, a cair no chão e fazer meu próprio buraco. Tudo estava ali. Todo o meu potencial gigantesco pra fazer da minha vida um inferno imenso. E eu assumi meu peso, eu assumi meu medos, eu assumi toda a merda. E assim, voei ainda mais alto, como se flutuasse. Eu peguei pra mim tudo o que soltava por aí e, surpreendentemente, fiquei mais leve.


Tati Bernardi sempre escrevendo  minha vida

domingo, 2 de maio de 2010

para amanhã.


To deixando tudo para amanha. Foda-se o que o ditado diz, vou fazer amanha e pronto.
Amanhã começo de novo, me jogo no desgaste de reiniciar uma coisa que já perdi as contas de quantas vezes comecei.
Depois de hoje me faço nova, amanha fico forte e pronta pra cair e ralar os joelhos outra vez. Mas agora, por hoje vou me sentar aqui e ficar quieta, sem ouvir nada e ninguém. Hoje vou parar de ser insistente e deixar os sonhos para depois. Porque essa coisa de sonho cansa ?! Você precisa batalhar todos os dias por ele, precisa dar o melhor de si, fazer por merecer. Não, não me entenda errado, eu não estou desistindo. Na verdade só adiando, da mesma forma que venho fazendo a tanto tempo.
Já fiz tanta coisa desnecessária, me refiz , voltei pro inicio, cai, chorei, me perdoei, gritei, me arrependi, me puni, senti culpa, já senti tanta vontade de ir embora, pegar uma estrada sem rumo nenhum, não ter destino, responsabilidades, cobranças, não ter nada,só a minha vida. Se eu fosse só um pouquinho mais corajosa,faria isso hoje. Mas não dá, porque amanha já é futuro. 
Amanha escrevo coisas bonitas que fale de esperança, tranquilidade, paz , e de amor verdadeiro. Porque claro, depois de hoje eu também vou voltar a acreditar nesse sentimento de dupla personalidade.
É só que hoje... hoje não ta rolando sabe?! Eu ainda quero falar sobre dor, sobre insegurança, saudade, me sentir estranha, tão fora do padrão, tão esquisita.Posso até me dar ao luxo de admitir que me sinto sozinha, mto complicada, como se todo mundo fosse ímpar e só eu fosse par. admito até que sou um bicho mto estranho e que ninguém vai entender o porque de tanto amargo na boca.  Me deixa colocar um pouquinho da alma pra fora, ela precisa respirar, a pobrezinha. E também, eu te juro, é só por hoje.
Até meia noite é dia. Porque você sabe, amanha volta tudo ao seu lugar. Como deve ser.
Voltarei a ouvir os problemas das pessoas e quebrar a cabeça pensando em uma forma de ajudar, voltar a dizer: "to bem assim, fulano! to mesmo me cuidando e claro, sou auto suficiente. não amo ninguém e nem quero amar.to até feliz, ta vendo esse sorriso não?!  até conformada estou com os kg que perdi, to achando que já ta bom assim, ?!"
Amanha é dia de ser gente. Levantar, andar e não parar. Gente deve sorrir, ficar feliz , amar, acreditar, essas coisas.
Eu to levantando, andando e não penso em parar.
Mas só amanhã ta?!

sábado, 1 de maio de 2010

ela e ela mesma.


Hoje ela acordou com uma vontade tremenda de ter outra vida. Estava cansada demais de todos aqueles conflitos pessoais, de toda aquela guerra com ela mesma, de tantos caras errados, do cara errado que ela teimava em achar certo. 
Mas ela não sabia o que fazer. Se sentia um tanto egoísta por reclamar da vida, afinal, tinha saúde, casa, amigos e algum dinheiro no banco. Só que aquilo não era tudo. A vontade de querer algo mais sempre existia, o gosto de novidade teimava em voltar para a boca.
Isso fazia parte dela, essa inconstância louca, o problema é que ela nunca se acostumou.  Sempre se achava inadequada, deslocada, no lugar errado e na hora errada.
Então, se toda essa sua loucura tivesse sentido, qual era o seu lugar? Onde é que ela poderia chamar de lar? Chegaria o dia que se sentiria livre, pronta para voar, disposta a viver sua própria vida, leve, sem culpa, sem medo, sem angustia?
Ela quis tanto tudo isso, queria tanto parar de viver de maneira pesada, afinal, tinha consciência que todos os seus problemas tinha uma só causa: ela mesma. Era ela quem tinha escolhido ser neurótica, difícil, azeda, ciumenta e tão complicada.
Não reconhecia que já era hora de parar, já havia se machucado demais e insistir em erros antigos já estava detonando seu coração, mente e corpo.
Hoje ela travou mais uma luta com ela mesma, estava frágil demais, tinha a alma pequenininha, encolhida e machucada. Ela havia se auto rotulado sua própria inimiga, e agi como tal: sempre traia suas decisões, nunca cumpria suas promessas,odiava oque via no espelho,causava dor a si mesma, e sempre, sempre ,sempre acabava chorando por sua própria culpa.
Lutava todos os dias, isso já era lei no mundo dela. Acordava e vestia sua armadura, que por ser tão pesada, tão fria, sempre acabava machucando-a. E quem disse que ela se importava? Antes machucada por dentro, do que se sentir exposta e vulnerável.
Ela não sabia como seria seu futuro, só oque sabia era que precisava mudar para ser feliz. Mas mudar oque, se nada nunca é suficiente? Terminar oque, se nada era bom o suficiente?
Por maior que fosse a dor, ela deveria continuar.
Por maior que fosse a queda, ela tinha que se jogar.
Era preciso, todo aquele mal era de extrema necessidade.
Um dia, a felicidade chegaria. E ela pararia de se machucar e simplesmente sorriria. Pura e simplesmente se aceitaria, deixaria para trás  toda forma de dor, e ousaria. Voaria!
Porque a vida não é pesada.
Ela entenderia que só precisa de si mesma para se completar e não haveria ser humano  no mundo capaz de ama-la como ela mesma.
Trocaria o azedo pelo doce.
O amargo pelo mel.
Começaria enfim, a viver.