sexta-feira, 21 de maio de 2010

culpa

A porta do meu quarto se abriu e ela entrou com todo o seu potencial de me fazer explodir em lágrimas. A minha feia culpa. A minha amiga culpa. Se sentou ao meu lado já se sentindo em casa, e me abraçou com pose de que quer mesmo me consolar, a mentirosa.
Um abraço tão frio, tão estupido, tão quadrado, sem carinho. Mas é o único abraço da noite. Ela me olha, eu sei que esta satisfeita por dentro, pq é a unica que me ve tao vulneravel, toda quebrada ali, sem nenhum lugar pra se esconder. Só ela escuta o choro seco da alma tão sufocado e dolorido. Porque sim, dói muito. Dói tanto que eu fico sem saber exatamente a quem gritar pra pedir socorro.
Minha culpa me afaga e por um momento eu acredito que ela realmente quer me ajudar. Mas é bem neste momento que ela começa a corroer, se mistura a mim, já não me abraçando mas nos transformando em uma só. Eu e minha culpa. Ela sou eu e eu sou culpa. E é ai que a dor aumenta, o medo chega ao auge e eu preciso muito me destruir um pouco. Não para acabar cmg, mas numa tentativa louca de matar minha vilã e todos os seus fantasmas.
Choro muito, porque todas as visitas da culpa são noites terriveis.
Vomito muito, porque preciso expulsa-la de uma maneira ou outra.
E por fim consigo dormir, toda encolhida tentando fazer a dor passar.
No outro dia, me olho no espelho e além do rimel borrado,  consigo ver claramente que ela continua bem ali, me olhando e pronta para atacar novamente. A minha feia culpa. Minha e só minha.

3 comentários:

Milena Buarque disse...

Muito bom o texto! Tão surrealista e real ao mesmo tempo.
E bem verdade, a culpa é um dos piores sentimentos e um dos mais irritantes. Gruda na gente e vai se mesclando... mesclando...

Beijo querida,
:*

Fernanda Pessanha disse...

Selinho para você lá no meu blog

www.fescritora.blogspot.com

bjs ;*

Rodolpho Padovani disse...

A culpa atormenta mesmo, por isso acredito que a se pessoa se arrepende e assume o erro, com o tempo essa culpa se vai...

Bjs...