segunda-feira, 11 de outubro de 2010

demais pra mim.



Eu estava caminhando por sua rua hoje. Não voluntariamente, claro. Mas é que precisava passar por ali para chegar a uma confeitaria que gosto muito, sabe?! E não vejo porque devo parar de frequentar o lugar só porque faz esquina com a sua rua. Tudo bem que eu não piso lá há mais ou menos 3 anos, desde que enfiei na cabeça que precisava fazer dieta. E hoje eu ainda estou de dieta. Mas e dai? Posso muito bem só levar aquela torta que minha mãe tanto gosta. Ela anda meio estressada mesmo, aposto que um docinho a faria esquecer que prometi organizar meu guarda-roupa um mês atrás.
Só estava ali pela torta da minha mãe, era o que eu repetia feito um mantra. Dai o seu porteiro me viu. Que homem indiscreto! Berrou o meu nome bem umas três vezes. E eu, forçando simpatia, fui la ouvir ele me contar coisas que pouco escutei. Consegui me livrar do trabalhador alegre uns 20 minutos depois, e me sentei naquela praça do final da sua rua. Eu podia ver a luz do seu quarto acesa. Se me concentrasse, conseguia ouvir você dedilhando o violão, cantando baixinho e sem melodia: " so if you love me, why'd you let me go?"
Eu queria chorar todas as lágrimas que não chorei aquele dia, mas em que isso iria ajudar? em que isso iria dar? As pessoas em volta iriam me achar uma louca, digna de terapia. O que eu precisava mesmo, era parar de me enganar. Você não foi só mais um, foi o único. Queria explodir todas as malditas circunstâncias que nos separa. Queria te olhar e reconhecer que todo esse meu orgulho só estragou tudo e todas, eu disse TODAS, as vezes que eu te pedi pra ir embora, na verdade eu estava gritando pra que você me salvasse.
Não, chorar não iria me fazer sentir melhor, eu queria mesmo era subir no seu apartamento, invadir a sua casa, a sua vida, o seu coração, te sacudir pelos ombros até você perceber que é a nossa vez, que essa é a nossa hora de comer do banquete da felicidade, te beijar como nunca e depois te abraçar naquele nosso abraço único e tão incrivel que cheira a algo desconhecido mas que sinto tanta saudade.
Posso ate te imaginar rindo agora, porque você sabe melhor que ninguém que eu jamais faria isso. Para mim, já era decadente demais estar naquela rua, naquela praça, ter deixado seu porteiro me ver, sentada com aquela torta nas mãos e olhando fixamente pro seu andar.
Torturante.
Louco.
Digno de pena.
Então eu me levantei e fui embora, mesmo querendo ficar. Se eu fizesse metade das coisas que meu coração me manda fazer,no minimo,  eu moraria na sua casa com mais 5 cachorros bem fofos.
mas eu sei que aqui no peito, bate um órgão louco, que transborda sentimento feito um vulcão. então  apertei o meu botão de "orgulho" e saí daquela região de perigo antes que meu coração ficasse enorme e cheio de coragem, ai seria tarde demais. entenda: mesmo querendo muito ficar, eu fui. Porque toda aquela situação, meu Deus do céu,  era demais pra mim.


Depois de mil anos, enfim um texto meu.

3 comentários:

Mari disse...

uau!
e eu amei, como sempre hihi
lindo lindo...

marcio lelis disse...

que texto!!!
lindo...
amei

Nayara disse...

Que lindo! Já passei por isso..mas o meu amor-próprio falou mais alto!