sábado, 14 de agosto de 2010


Eu sou implicante. Experimente mandar em mim. Diga que não posso ou não devo, fale que não fica bem para uma menina da minha idade, insinue que não concorda com isso ou aquilo. E aposte para vencer: vou providenciar até o que não tenho vontade alguma de fazer só para provocar. Se minha irmã grita e ordena que eu desligue imediatamente o telefone, pode saber que é aí que eu vou engrenar o papo. Pode não ter assunto, pode a pessoa do outro lado já ter até desligado. Não importa. Falo só com o aparelho se for preciso, mas não acato ordens nem aprovo gestos grosseiros. Reclame do tamanho do meu decote ou do comprimento da minha saia e prepare-se para me ver mais periguete do que nunca na próxima vez. Proíba as festinhas com minhas amigas, discurse sobre o quanto é feio beber mais de um copo de cerveja ou voltar para casa depois das 4 da manhã. Exija que eu me comporte para ver o que é sair da linha. Só não diga que está tudo bem. Não me aceite sem protestos. Não vale me desarmar.

Márcia Duarte

Um comentário:

marcio lelis disse...

eu queria ser um homem assim...
rs
fora das convenções


bela postagem.